Um acto de justiça

Nestes dias em que se tem comemorado os 50 anos do inicio do Vulcão dos Capelinhos, onde já fiz referencia nos meus dois últimos posts, não devo deixar de referir hoje duas personalidades que na altura foram decisivos no apoio às populações:

O primeiro o Governador Civil do Distrito da Horta o Dr. Freitas Pimentel, por ser médico conhecia toda a população e era por todos muito respeitado, ele assumiu o comando na situação de crise, o seu carisma foi o factor principal junto das populações assustadas, mais tarde os seus conhecimentos e amizades em Lisboa possibilitaram todo o apoio nacional, como também foi ele a pedra principal quando da emigração de grande parte da população para os Estados Unidos.

A segunda personalidade foi o Eng. Frederico Machado, director das obras publicas, apesar de não ser especialista em vulcanologia foi ele que com os seus conhecimentos geológicos deu à população o suporte cientifico necessário na transmissão de calma e no modo de enfrentar o fenómeno, não com os medos do sobrenatural, mas de forma racional. Os seus conhecimentos e palavras eram ouvidos, respeitados e seguidos por todos.

Não podem os faialenses, nem hoje, nem no futuro, esquecer tais personalidades.

50 anos de memória

Hoje estamos recordando os 50 anos do início do Vulcão dos Capelinhos, fenómeno que marcou significativamente o século XX na ilha do Faial.

Nesta memória não devo deixar de mencionar as autoridades de então e o seu procedimento perante a crise, numa altura que não se conhecia a protecção civil nada faltou às populações e apesar do fenómeno vulcânico atingir toda a ilha, tudo continuou a funcionar normalmente apesar da anormalidade.

Igualmente tenho de referir a emigração de milhares de famílias para os Estados Unidos, esta deslocação reduziu significativamente a população trabalhadora da ilha, factor que ainda hoje os residentes sentem, mas veio possibilitar um outro futuro a todos os que embarcaram.

Os Capelinhos foram um espectáculo geológico único no nosso tempo, mas ninguém morreu, hoje devo relembrar especialmente aquelas populações que passaram momentos de aflição, medo e até pavor, sempre com a coragem de um novo dia, atitude típica dos açorianos, temperados por catástrofes naturais ao longo de 5 séculos do povoamento destas ilhas.

O vulcão

Há cinquenta anos os habitantes do norte da ilha estavam nas vésperas de assistirem a um fenómeno geológico recorrente nestas ilhas, um vulcão.

Já tinham passado mais de um ano de uma crise sísmica que parecia não ter fim, naquela altura sem informação ou acompanhamento, esperava-se o fim não se sabendo como ou quando.

Desde o povoamento os fenómenos sísmico/vulcânicos foram frequentes, sempre tidos como castigos divinos, a crise de 57 ainda não foi diferente, mas ela marca o fim de um período sem conhecimentos, e o início de outro onde os fenómenos são estudados compreendidos, previstos e acompanhados, onde o medo pode continuar junto das pessoas, mas aqueles são cientificamente compreendidos e as populações auxiliadas por serviços de protecção civil eficientes e bem treinados.

O vulcão dos Capelinhos, não será o último, muitos outros surgirão nas ilhas ou no mar ao longo dos anos, o importante é sabermos que não estamos sozinhos nos conhecimentos dos fenómenos e no auxílio.

O fim do verão

Entramos em novo Outono, um período propício para o reinício das actividades individuais ou profissionais, findo um verão que não me deixou saudades.

Abertura de concursos

Esta semana foram abertos dois concursos públicos muito importantes para a cidade da Horta, um da Câmara Municipal para o saneamento básico, outro da Universidade dos Açores para a reabilitação do antigo hospital Bensaude destinado à instalação do Departamento de Oceanografia e Pescas.

Se o primeiro de destina à realização de uma obra infraestrutural indispensável em qualquer aglomerado urbano e que irá recolocar a Horta entra as cidades do século XXI,o segundo ao reabilitar de um edifício marcante e inscrito no património histórico da cidade, destina-se à criação de condições de trabalho com qualidade para os investigadores do DOP que tem desenvolvido um trabalho, em instalações provisórias, de grande valor cientifico, reconhecido não só na União Europeia como mundialmente.

Espero que os concursos decorram sem recursos, o que será difícil, para rapidamente se dar inicio a tão importantes obras.

A inauguração

Assisti à inauguração da nova escola Secundária Manuel de Arriaga, cerimónia simples mas com dignidade, que marcará este dia não só na geração actual como nas vindouras.

A nova Escola Manuel de Arriaga é um conjunto de infra-estruturas de extraordinária qualidade e que me surpreenderam, apesar de ter acompanhado a sua construção pelo exterior, não imaginava a dimensão do conjunto ensino e área desportiva.

Este foi um momento muito importante para a população desta ilha e para todos aqueles que lá trabalham e que tem a partir de agora na sua nova Escola Secundária um motivo de verdadeiro orgulho.

A nova escola

Iniciaram-se hoje com a visita dos alunos do secundário às novas instalações, as actividades da Manuel de Arriaga. Tratam-se de magnificas instalações que vem possibilitar uma melhor aprendizagem aos nossos jovens.

Quando a inauguração oficial está marcada para o dia 19, manifesto desde já a minha satisfação não só pela qualidade desta obra, como pelas óptimas instalações que ela vem proporcionar a todos aqueles que lá irão trabalhar.

O Governo Regional dos Açores, a Comissão Executiva da Escola Manuel de Arriaga e todos os seus professores e trabalhadores e a Comunidade Faialense estão de parabéns.

Os novos códigos

Entraram hoje em vigor os novos códigos penal e de processo penal, trata-se de um esforço de modernização civilizacional muito importante para todos os portugueses e que deverão merecer de todos o incondicional apoio na sua generalidade.

Mas assisti, não com surpresa, a uma reacção contrária das corporações da área da justiça, esquecendo aquelas que as Leis são feitas pelos Deputados, ultimamente subalternizados na área, cabendo a todos nós, não a sua discussão, mas apenas o cumprimento das mesmas.

Jovem desaparecido

Ontem choveu tempestuosamente durante 3 horas, provocando algumas pequenas inundações por toda a ilha, mas o acontecimento mais dramático foi o desaparecimento de uma criança da Freguesia do Salão levada pelas águas em turbilhão numa ribeira.


Numa terra onde todos nos conhecemos com maior ou menor amizade um acontecimento destes é sempre um choque, neste caso conhecia os pais desde crianças e o jovem ainda desaparecido desde o seu nascimento, pelo que manifesto aos pais e restantes familiares a minha solidariedade neste momento de profunda dor.

O 11 de Setembro

Considero um dever neste dia lembrar não só todos aqueles que morreram naquele estúpido atentado na América, mas também todos os outros que sem qualquer culpa foram vítimas de atentados por este mundo fora.


Nada pode justificar tão barbara e cobarde atitude, mas infelizmente temos de viver com ela nestes dias conturbados onde a razão e a inteligência se perderam em nome de fanatismos religiosos e ou políticos.


A conquista da paz será possível apenas no dia em que a democracia politica e económica e o respeito pelas ideias dos outros forem aceites, por todos, como direitos universais.

Novo ano escolar

Os Açores apresentaram resultados pedagógicos que constituem motivo de muita satisfação quando vivemos numa sociedade e num mundo cada vez mais competitivo, em que o facto de sermos pequenos não é uma desvantagem.

É certo que vivemos em pequenas ilhas que se têm destacado por aquilo que tem de especial que são as suas pessoas, com elas temos conseguido sempre, alunos premiados entre os melhores do país.

Amanhã inicia-se um novo ano escolar, a todos os professores e alunos os maiores êxitos, porque o sucesso escolar é fundamental para o nosso futuro colectivo.

Luciano Pavarotti

Perdi uma voz referência na minha memória de momentos de verdadeira cultura e expressão de uma beleza impar.

A morte de Luciano Pavarotti é para os apreciadores de musica uma perda significativa, continuo com os seus CDs, mas ao ouvi-los abrir-se-á sempre o vazio da sua ausência, até ao aparecimento de uma nova voz que aparecerá mais cedo ou mais tarde e nos fará esquecer aquele que hoje lembramos.

Assim se vai fazendo a humanidade.

Luciano Pavarotti

Perdi uma voz referência na minha memória de momentos de verdadeira cultura e expressão de uma beleza impar.

A morte de Luciano Pavarotti é para os apreciadores de musica uma perda significativa, continuo com os seus CDs, mas ao ouvi-los abrir-se-á sempre o vazio da sua ausência, até ao aparecimento de uma nova voz que aparecerá mais cedo ou mais tarde e nos fará esquecer aquele que hoje lembramos.

Assim se vai fazendo a humanidade.

Natacha

Constatei nestes dias na Praia do Porto Pim a deslocação de deficientes do centro de dia da Santa Casa de Misericórdia da Horta acompanhados por duas funcionárias uma portuguesa e outra oriunda de um país de leste chamada Natacha com um cinquenta anos.

O carinho e o desejo de proporcionar uns momentos de prazer aos deficientes de várias idades, faziam que a empregada de leste se desdobra-se em esforço e atenção, solicitando por vezes a colaboração de utentes da praia para a ajudarem, recebendo muitas negas de colaboração.

Trago aqui este testemunho como prova da dedicação ao próximo de um serviço difícil e trabalhoso feito num local público, mas exemplarmente desempenhado pela Natacha.

O Ilha Azul

De novo este ano, decidi ir passar as minhas férias noutra ilha da RA, desta vez na Terceira.

Embarquei no Ilha Azul, barco que reúne boas condições de comodidade e de navegação e esperava regressar no mesmo barco 15 dias depois, mas eis que acorre o acidente na Graciosa e por tal motivo tive de alterar o programa e voltar mais cedo.

Para o ano haverá um novo barco para o transporte de passageiros e outro mais pequeno também novo para o lugar do Ilha Azul, a minha interrogação a este ultimo é como será possível dar resposta e ser aceite pelos passageiros dada a sua reduzida capacidade para o transporte de viaturas e de espaço e condições hoje exigidas para os passageiros no circuito do grupo central?

Não seria mais lógicos os dois barcos serem do mesmo tamanho, dando assim resposta à crescente procura de passagens a que eu fui testemunha mais uma vez este ano, aproveitando-se os fundos comunitários do actual quadro comunitário e colocando em igualdade todos os açorianos perante os transportes marítimos.

Pois acredito que será muito difícil alguém aceitar passar-se do Ilha Azul para um barco pouco maior do que o antigo Terra Alta dos anos 50/60.

De volta

Depois de ter passado por dificuldades no tratamento e sentido que o tempo se escoava por entre duvidas, de novo apareceu a disposição e a vontade de continuar, com uma nova perspectiva sobre a vida e a sociedade, onde as coisas tomaram uma nova ordem e importância.

Este meu blog será certamente diferente a partir de agora, mas tenho esperança de nos dias impares do mês, encontrar de novo os meus leitores e a sua compreensão.